Luís Carvalho Barreira
Ana, 1992
Arealva, Almada
serie: Arealva
Fotografia
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arquivo: 1992_FOLIO_159_3948
MNEMOGRAFIAS: fragmentos da memória
Pesquisa por tema:
Luís Carvalho Barreira
Ana, 1992
Arealva, Almada
serie: Arealva
Fotografia
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arquivo: 1992_FOLIO_159_3948
1992 @anartchist
Luís Carvalho Barreira
Annazul, 1992
Arealva
serie: portraits
Fotografia
© Luís Carvalho Barreira
Rúcula
Lisboa, 2020
serie: no parque
Fotografia
arquivo: 2020_04_21_DSCF4937
câmara: Fujifilm X 100F
© Luís Carvalho Barreira
Lisboa, 1992
serie: street photography
Fotografia
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arquivo: 1992_FOLIO_143_10497
© Luís Carvalho Barreira
Luísa Ferreira, 1992
serie: portraits
Fotografia
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arquivo: 1992_FOLIO_144_10538
© Luís Carvalho Barreira
a n a, 1992
serie: portraits
Fotografia
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arquivo: 1992/folio/160-3987
© Luís Carvalho Barreira
Nu, 1992
serie: NUANCES
Fotografia
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arquivo: 1992_FOLIO_158_11054
© Luís Carvalho Barreira
Lisboa, 1992
Lino Palmeiro e Clara Morais
serie:
Fotografia
arquivo: 1992_FOLIO_142_10457
© Luís Carvalho Barreira
Nu, 1992
serie: NUANCES
Fotografia
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arquivo: 1992_FOLIO_158_11053
Any/me/Ana
Frágil, 1992
Fotografia
arquivo: me_Fragil-92
Luís carvalho Barreira
Jarro, 1992
serie: Still Life
Fotografia
Diapositivo
arquivo: 1992_SLIDE_21588
© Luís Carvalho Barreira
Elizabeth Almeida (Festa: Frágil - 10 anos)
Lisboa, 1992
Fotografia
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arquivo: 1992_FOLIO_142_10455
Sei os teus seios
Sei os teus seios.
Sei-os de cor.
Para a frente, para cima,
Despontam, alegres, os teus seios.
Vitoriosos já,
Mas não ainda triunfais.
Quem comparou os seios que são teus
(Banal imagem) a colinas!
Com donaire avançam os teus seios,
Ó minha embarcação!
Porque não há
Padarias que em vez de pão nos dêem seios
Logo p’la manhã?
Quantas vezes
Interrogastes, ao espelho, os seios?
Tão tolos os teus seios! Toda a noite
Com inveja um do outro, toda a santa
Noite!
Quantos seios ficaram por amar?
Seios pasmados, seios lorpas, seios
Como barrigas de glutões!
Seios decrépitos e no entanto belos
Como o que já viveu e fez viver!
Seios inacessíveis e tão altos
Como um orgulho que há-de rebentar
Em deseperadas, quarentonas lágrimas…
Seios fortes como os da Liberdade
-Delacroix-guiando o Povo.
Seios que vão à escola p’ra de lá saírem
Direitinhos p’ra casa…
Seios que deram o bom leite da vida
A vorazes filhos alheios!
Diz-se rijo dum seio que, vencido,
Acaba por vencer…
O amor excessivo dum poeta:
“E hei-de mandar fazer um almanaque
da pele encadernado do teu seio”
Retirar-me para uns seios que me esperam
Há tantos anos, fielmente, na província!
Arrulho de pequenos seios
No peitoril de uma janela
Aberta sobre a vida.
Botas, botirrafas
Pisando tudo, até os seios
Em que o amor se exalta e robustece!
Seios adivinhados, entrevistos,
Jamais possuídos, sempre desejados!
“Oculta, pois, oculta esses objectos
Altares onde fazem sacrifícios
Quantos os vêem com olhos indiscretos”
Raimundo Lúlio, a mulher casada
Que cortejastes, que perseguistes
Até entrares, a cavalo, p’la igreja
Onde fora rezar,
Mudou-te a vida quando te mostrou
(“É isto que amas?”)
De repente a podridão do seio.
Raparigas dos limões a oferecerem
Fruta mais atrevida: inesperados seios…
Uma roda de velhos seios despeitados,
Rabujando,
A pretexto de chá…
Engolfo-me num seio até perder
Memória de quem sou…
Quantos seios devorou a guerra, quantos,
Depressa ou devagar, roubou à vida,
À alegria, ao amor e às gulosas
Bocas dos miúdos!
Pouso a cabeça no teu seio
E nenhum desejo me estremece a carne.
Vejo os teus seios, absortos
Sobre um pequeno ser
Alexandre O’Neill
Luís Barreira
"sei-os de cor", 1992
Jardim Botânico, Lisboa
Série:
Fotografia
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arquivo: FOLIO_139_10339, 1992